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  • Foto do escritorIpê Produções

ANAS

Atualizado: 17 de jan. de 2018

O empoderamento feminino na agricultura orgânica familiar

ANAS é um retrato da família joinvilense que vive da agricultura familiar, especificamente da agroecologia. O curta abordará o empoderamento feminino através da luta de mulheres agricultoras para conquistarem os direitos profissionais da categoria e no importante papel que exercem na continuidade das práticas agrícolas familiares, como a manutenção de mudas e sementes crioulas (sementes não transgênicas e que não tem herbicida nem adubo orgânico em nenhuma geração da planta que originou a semente).

Em Santa Catarina, a economia agrícola está baseada na pequena propriedade de agricultura familiar. O Estado tem 195 mil estabelecimentos agrícolas economicamente ativos. Destes, 90% têm menos de 50 hectares e 87% são classificados como agricultores familiares. No Brasil, a agricultura familiar é responsável por 85% dos alimentos que temos em nossa mesa.

As mulheres estão presentes na economia rural, concentradas nas atividades voltadas ao auto consumo familiar, nas tarefas domésticas, no cuidado com os filhos, na criação de pequenos animais, na horticultura, no cultivo e resgate das plantas medicinais, no zelo pelo jardim, no manejo e na produção da lavoura e na preservação das sementes crioulas. Mesmo as mulheres estando inseridas na agropecuária, suas atividades são culturalmente atribuídas como “ajuda”. O papel de “ajuda” desconsidera o trabalho feminino como produtivo. Portanto, nestes casos é atribuído o trabalho de produtor apenas para o homem.

Camponesas, agricultoras, mulheres indígenas, quilombolas, pescadoras. A sociedade brasileira começa a ouvir esses termos com mais frequência na mídia, mesmo que ainda seja de uma forma estereotipada, como grupos sociais marginalizados, que deveriam ser objeto apenas de políticas sociais.

No entanto, nos últimos anos, essas mulheres vêm mostrando uma capacidade organizativa e política bem importante. Deixaram de ser apenas “esposas de”, e passaram a ter nome próprio. Começam a ser titulares de empreendimentos, presidentes de cooperativas rurais, de associações e grupos de produtoras. Participam de feiras, vendem para o poder público, para os programas sociais e para a merenda escolar.

E também começaram a aparecer politicamente, participando de marchas – como é o caso da Marcha das Margaridas – ou de ações diretas, protestos, fechamento de estradas, manifestações. Elas se organizam em diversos movimentos, apresentando reivindicações ao governo e à sociedade, se articulam nacional e internacionalmente (o caso mais conhecido é o da Via Campesina). Enfim, se mostram enquanto sujeitos políticos.

A proposta do documentário é evidenciar este assunto da agricultura orgânica, sob o olhar feminino. Na história da agricultura sempre coube a mulher o cuidado com as sementes crioulas, (sementes tradicionais, mantidas e selecionadas por várias décadas através de agricultores tradicionais) no preparo dos insumos orgânicos, na preservação da biodiversidade, na preparação dos alimentos. As mulheres são responsáveis pela peletização das sementes (processo de recobrimento das sementes) em casa, o que contribui para a sanidade da semente e das plantas após a germinação, diminuindo assim o ataque de doenças e de insetos. Está com a mulher camponesa a garantia de alimentos saudáveis em nossas mesas.

Diante do discorrido acima como se posicionam as mulheres agricultoras de Joinville, qual o nível de empoderamento das mesmas? Como se veem diante de uma cidade que tem a indústria como lema? Queremos quebrar estereótipos como o “mulher agricultora = mulher desgrenhada”, queremos mostrar estas mulheres além da profissão, sua vaidade, sua sensualidade, suas decisões políticas e paridade com seus parceiros/maridos.


Ficha Técnica de ANAS Roteirista: Ilaine Melo Diretora: Ilaine Melo Diretor de Fotografia: Altamir Andrade Produtor Executivo: Altamir Andrade Montagem: Julium Schramm Difusão do Filme: Ivan Melo

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